E a Su deixa suas impressões...
Querida Família Reinaldo, Cláudia, Rapha, Vivian, Nathan e Tedhy
Eis que já segunda feira, dia 26 de abril de 2010.
Desde 21 de fevereiro não consegui bordar um ponto sequer no bordado da mulher na árvore.
Entretanto, desde 21 de abril as tecituras foram muito, muito, além... por isso escrevi isso:
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Estive desde quarta feira dia 21 de abril na casa da minha amiga Cláudia, a quem atualmente chamo de amiga-memória, com a verdadeira intenção de bordar, visto que a casa é um verdadeiro atelier...
Nada disso! A permissão que ora me concedo, me presenteou com o resgate de imagens escritas e fotografadas de tempos passados (?)... estive em hibernação no amor e na amorosidade desta família e com Cláudinha especialmente.
Rimos muito... Conversamos muito, compramos bobagens no famoso taguacenter... o dinheiro era curtíssimo e ainda assim comprou delicadezas e belezas miúdas... a fita mosaico, as florzinhas coloridas e umas miniaturas de caixas, ricas, ricas, ricas... e as moedas se foram... aliás estas sim, acumuladas pela falta de mãos de filhas, se acumulam na bolsa... Falta de filhas provocam uma certa economia :)
Encontramos uma foto e cartas,, minhas e de outras amigas e amigos, assim como desenhos e declarações, protestos, poesias,etc e tal . Apaixonei-me pela adolescente que fui e posso entender o que inspirou o Newton a ousar a tal busca. Confesso o encantamento por ela-eu!
Dormimos desde 4a feira sempre depois das três da manhã e o qui-qui-qui das nossas redescobertas, era próprio da adolescência.
Acordávamos tarde e ... o café já estava à mesa, um dia até com um delicioso bolo de fubá, cheinho de açúcar branco por cima, como os sonhos ...
Duas avós, com marcas físicas do tempo nos corpos, ali atualizando o valor do amor e da amorosidade e durante as conversas, íamos e voltávamos nas questões que vivemos e nas que vivemos... interessante pq aqui o tempo é igual ... rs,rs, rs,rs,rs...
Foram reajustes nas orquídeas que mesmo enterradas as raízes, cismaram na vida e como se nos esperassem por aquele momento, depois riam escancaradas pelas folhas, flores e raízes na parede laranja de um quarto de banho... Quase dava para ouvir o farfalhar dos risos...
Ganhei um marca página, vermelho feito de crochê... Lindo! E vou marcar com ele o livro que veio de novo às minhas mãos o Mulheres que correm com os Lobos, que em 1997 sugeri a Cláudia que o comprasse, foi o ano que eu o comprei e lá estava ele na estante... Imediatamente quando eu disse para ela que o meu se foi... não sei para onde, tampouco pra quem, ela diz: - Leva este Su, na verdade eu o comprei pela sua empolgação... vai... é seu.
Os sonhos que me sonharam estes dias foram todos com água de rio ... muita água mineral, água e água...
Limpar , lavar, molhar os pés, andar nas pedras dos rios, ver o rio de longe, e haja água...
Espontaneamente, talvez para que eles, os sonhos, não brincassem de esconde-esconde, fui ficando, ficando , ficando e fiquei para a faxina da casa no sábado. A faxina equivale a um ritual do chá... Mas onde existe neto... existe inovação nos rituais e ele fez ... sem hesitar, da lavagem da garagem sua piscina e ali mesmo nadou...Além disto transformou a soleira da porta que divide a cozinha da área de serviço em ateliê livre, inspirado em nada menos que Anita Malfatti, aquarelou uma borboleta, uma camionete e uma televisão!
Sobre o Rei companheiro...
Um companheiro, aliás, companheiro, cozinheiro, administrador, pai, mãe, vö e Didi nos acompanhou discretamente, dando-nos suporte para a viagem no tempo e com o tempo!
Os filhos, como sempre mestres, desfilavam pela casa a beleza da junção de uma linda mulher brasileira e este filho do oriente... São lindos. Ele o Rafa é belíssimo, manso como um gato... se enrosca no sobrinho, com a doçura dos felinos... Ela, arte noveur , não deixa dúvidas sobre o mistério da diversidade... As críticas ácidas das nossas bobagens eram feitas por eles sem pudor, e nós sabemos que aquelas cenas de nós duas, seguramente dará histórias para eles mais tarde ou mais cedo... Tudo é uma questão de tempo.... tempo, tempo, tempo... “ és um senhor tão bonito, como a cara do meu filho” ...
Enfim, casa limpa, sacolas cheias de mimos, cheiros e plantas cheguei em casa... depois de uma lição de transito apressado... Não me contive e comecei uma singela faxina na varanda ... As plantas aqui me esperavam sem cobranças e com sede... uma delas quando recebeu água, reproduziu sem pudor o barulho de uma criança ao sugar a mamadeira... ri sozinha agora... ri muito e confirmei neste riso a força que preciso para segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo...
Esperei encontrar Isabela, mas não foi assim... A vida quis favorecer a matança de uma saudade que já tava de bom tamanho de crescer. E sob os auspícios da Chama Violeta, o domingo acolheu em um clube à beira do lago, Luísa, Luciana e Isabela... saudade morta é saudade boa, pode começar a nascer de novo... não há diferença entre o que começa e o que termina!
Quero brindar com vcs a dourada e violeta vivencia deste retiro!
Acredito em uma vida, onde é possível Ser e seguirei de novo aos sonhos que tanto honro!
Obrigada Vida!
Suely Andrade
